Este trecho é parte do episódio 34 do podcast Os Goleiros com o Aguinaldo Moreira, ex-treinador de goleiros do Corinthians e o goleiro que carregou Pelé nas costas no 1.000º gol do Rei do Futebol. Neste trecho, ele conta como aprendeu a ouvir os problemas de seus pupilos, como Ronaldo Giovaneli e Fábio Costa, para extrair o máximo deles no campo.
'Um dia o Ronaldo estava mal, estava dando tudo errado.
E ele queria conversar.
Nós saímos e procuramos um lugar escondido.
Chegou lá ele pediu duas caipirinhas, bebeu, e começou a falar o que acontecia com ele.
Eu aprendi uma coisa com a minha mãe: às vezes a pessoa quer desabafar, não quer ouvir. Ela só quer falar.
Então você precisa ter esse feeling de saber quando a pessoa quer falar.
Eu deixei o Ronaldo falar e ele falou, falou, falou.
Extravasou tudo o que tinha de falar.
Eu não falei nada, continuamos bebendo.
Fomos embora e passados dois, três dias eu chamei ele: você está com a cabeça boa hoje? Vamos sentar e conversar.
Aí falei pra ele o que eu pensava e a gente se acertou.
Tem horas na vida da gente que a gente precisa extravasar e não ouvir. E a gente vai vai conversar com uma pessoa, que começa a contar fatos e não conseguiu nada.
Esses aprendizados vieram para mim.
Foi por causa deles que eu consegui fazer o Fabio Costa treinar seis horas da manhã.
Quando o jogo era à noite, o [Carlos Alberto] Parreira, que era o treinador, virava pra mim e dizia: “Aguinaldo, tira os goleiros da cama 8 horas e só volta na hora do almoço’.
Então, eu fazia isso. Era o Fabio Costa e o [Adriano] Pitarelli.
Concentrava ali no Gonzaga e a gente ia.
Não é que você chegava lá para treinar, treinar.
Ia até lá, se trocava, conversava, fazia uma rodinha, fazia um joguinho.
Tudo para o atleta não ficar dormindo. Porque aí chegava na hora do almoço e ele não almoçava direito.’
Aperte o play abaixo para ouvir o episódio completo com o Aguinaldo Moreira:
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