Este trecho é parte do episódio 36 do podcast Os Goleiros com o Gatito Fernández, goleiro do Botafogo e da Seleção do Paraguai. Ele conta a relação com o pai, o ex-goleiro Gato Fernández, que sempre foi uma referência para ele e que, até os dias de hoje, não deixa o filho se acomodar.
“No início sempre foi tranquilo, sem pressão dentro de casa.
Primeiro porque meu pai sempre falou: ‘se você quiser ser jogador, vai ser’. Ele nunca forçou para eu jogar bola.
Claro que ele queria eu fosse jogador de futebol como ele foi, mas nunca teve pressão dentro de casa.
Eu comecei jogando sempre por brincadeira e diversão. Tanto que, aos 15 anos, levei um puxão de orelha do meu pai.
Ele me pegava no colégio. Eu entrava às 7h e saía ao meio-dia e ele me levava ao CT do Cerro Porteño, que era muito distante.
Então eu ia para o treinamento para brincar e me divertir e não para tentar melhorar. Não estava focado no que eu fazia.
Ele percebia. E foi quando ele puxou a minha orelha: ‘cara, se você não for levar a sério é melhor estudar e fazer outra coisa’.
Nesse mesmo dia, a minha mãe entrou no meu quarto: ‘se você vai ser jogador, se realmente quer isso, tem de trabalhar sério, para melhorar. E assim você vai alcançar o seu sonho’.
Por incrível que pareça foi depois desse dia que eu decidi e comecei a trabalhar forte.
Aos 16 anos já estava com os profissionais do Cerro. Mas foi porque realmente eu foquei naquilo que eu queria ser: jogador de futebol.
Até hoje em dia meu pai e eu conversamos. Até hoje em dia por quem eu mais sou cobrado é por ele.
Posso fazer a melhor defesa do jogo que ele nunca vai me parabenizar por isso, ele vai me cobrar por aquela bola do tiro de meta que foi para a lateral de campo.
Essa cobrança é diária.”
Aperte o play abaixo para ouvir o episódio completo com o Gatito Fernández:
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