Este trecho é parte do episódio 28 do podcast Os Goleiros com o Haroldo Lamounier, treinador de goleiros que por mais de 15 anos foi o responsável pela preparação de Rogério Ceni no São Paulo. Ele também teve uma passagem recente pelo Fortaleza. Neste trecho ele destaca a relação com seus pupilos e como fazer a gestão desses profissionais.
‘Você começa a analisar um goleiro desde a parte física até o biotipo do goleiro, a parte técnica, psicológica, para saber aonde quer chegar.
Quando a gente pega um atleta com essas boas características, fica mais fácil identificar se ele vai ser goleiro daqui três, quatro ou cincos anos.
Aí você procura trabalhar em cima da parte técnica, porque a maturidade ele vai conseguir aos poucos.
Tem uns que conseguem um pouco mais rápido, outros demoram um pouco mais a adquirir a maturidade.
E é fase. No caso do futebol, do infantil, juvenil e juniores…
Porque dos juniores ele está praticamente preparado para poder ingressar na equipe profissional.
O goleiro e o treinador de goleiro tem de ter uma sintonia muito grande, porque eles trabalham separados, os treinamentos começam mais cedo e muitas vezes terminam mais tarde.
É onde você tem de ter uma compreensão muito grande com eles, para saber quando estão bem ou quando estão mais ou menos.
Quando o goleiro está bem, você pode fazer o treinamento que for que ele não reclama.
Mas quando ele está com algum problema, se você faz o mesmo treinamento que fazia antes ele não vai absorver nada. E o problema pode ser em casa, no clube....
Tem goleiro que acha que tem de ser o titular, e muitas vezes não é. Ele não tem a paciência de esperar a oportunidade.
Esse é o nosso dia a dia com os goleiros.
Eu, graças a Deus, sempre tive uma boa relação com todos os goleiros.
Desde a categoria de base eu procurava ajudar bastante.
Eles vinham pedir opinião sobre diversas situações, mesmo as particulares ou de dentro do futebol, e eu procurava estar sempre antenados para ajudar esses meninos, quando eles necessitam dessa ajuda.
Mas quando você passa do amador para o profissional surge a parte da competitividade.
Muitas vezes o primeiro, segundo e terceiro goleiros tem uma competição muito grande. Aí é mais difícil você administrar os egos.
O que tem de fazer é agir normalmente, para que todos se deem bem e para que procurem respeitar um ao outro.
A partir do momento que um tem a oportunidade de jogar e for bem, aí o segundo vai ter de esperar.
E o terceiro mais ainda, mas é por isso que quando um terceiro goleiro joga ele entra e não sai mais’.
Aperte o play abaixo para ouvir o episódio completo com o Haroldo Lamounier:
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