Este trecho é parte do episódio 2 do podcast Os Goleiros com o Luan Polli, goleiro do Sport Club do Recife. Ele fala sobre o peso de substituir dois ídolos do clube, Magrão e Bosco, e sobre o processo de confiança e amadurecimento de jovens goleiros.
“Eu tive a oportunidade de trabalhar com o Magrão.
Quando cheguei no Sport ele estava no fim de carreira, mas tive a oportunidade de conviver com ele e também a oportunidade de conviver com a família dele.
Ver o tamanho do profissional que ele é e o quanto a família dele é responsável por isso também
Acredito que isso me ajudou muito a entender o clube, o quão grande é o Sport aqui no Nordeste, porque eu sou do Sul e não tinha essa dimensão toda.
Com o decorrer dos treinos e dos jogos fui vendo como ele era grande dentro do clube.
E o Bosco, desde pequeno acompanhava os jogos do São Paulo, principalmente. Não era ele que jogava, era o Rogério Ceni, mas via que ele estava lá e é um grande nome que passou pelo Sport também.
E isso só me motiva mais e sei que é uma responsabilidade enorme estar representando o clube nessa posição que passaram grandes nomes.
E a pressão em substituir ídolos?
Sempre vai acontecer isso. Aqui ou em qualquer lugar, como o Tiago Volpi substituindo o Rogério Ceni, eu como substituto do Magrão…
Sempre vai ter a comparação, mas não podemos levar para o lado negativo. Temos de fazer o nosso trabalho e mostrar dentro de campo quem é o Luan.
O Magrão tinha um estilo de jogo, eu tenho outro. A gente tem de estar concentrado ao máximo nas partidas para mostrar quem somos.
A gente deixa a comparação para a torcida e para a imprensa.
O trabalho em si, o técnico e o físico, todos têm igual.
Mas o ‘psicológico’ nós temos de ter muito forte, porque em determinado momento do jogo a gente não vai estar sempre atacando.
Vai ter pressão, vai tomar até gols, mas tem de estar com a cabeça no lugar para justamente não deixar aquilo desandar e virar uma situação indesejada para todos.
Em cima disso, a continuidade do goleiro jovem é o principal.
O goleiro quando é jovem vai oscilar e até falhar. É normal. E a continuidade é o principal.
Óbvio que não pode ser uma coisa muito corriqueira, mas tem de ter um meio termo. Até porque o clube depende de resultados também.
Mas a continuidade é muito importante, principalmente se o clube vê esse goleiro como um ativo ou uma grande promessa para, posteriormente, vender.
É o que a maioria dos clubes precisa, pela questão financeira: revelar jogador para gerar receita para o clube.
Então, nesse ponto, quando tem um goleiro jovem, que é uma aposta, tem de ter alguém que abrace ele e dê continuidade.
Erros vão acontecer porque é normal da idade, está em processo de formação ainda.”
Aperte o play abaixo para ouvir o episódio completo com o Luan Polli:
コメント